Embora a pandemia tenha causado prejuízos para a população, a Black Friday surge como esperança para a economia. Para os consumidores, é a chance de obter produtos de qualidade e antecipar as compras de Natal, enquanto que, para os vendedores, a data é bela oportunidade para lucrar, projetar vendas e atingir novos clientes a partir da oferta de produtos por preços mais atrativos. A Black Friday ocorre amanhã, mas as promoções estão sendo veiculadas desde o início do mês. Com a internet, o consumidor não precisa sair de casa para ser bombardeado por ofertas. Propagandas veiculadas nas redes sociais com preços módicos e anúncios em marketplaces se destacam perante a tradicional comercialização em lojas físicas.

Durante a pandemia, houve expressivo aumento nas vendas on-line. De acordo com a Ebit/Nielsen, em 2020 foi verificado aumento de 25% nas compras durante a Black Friday em comparação ao ano anterior. Neste ano espera-se mais um aumento significativo, já que o consumidor se adaptou às comodidades do e-commerce. Embora a internet tenha facilitado o acesso e a pluralidade na escolha para o consumidor, é preciso ter cautela na hora da compra, pois, na mesma proporção do aumento da oferta e da procura, há quadrilhas especializadas que se beneficiam de datas comemorativas para aplicar golpes em consumidores desavisados.

Quando pensamos em contrafação – ou pirataria –, os danos atingem não só os titulares das marcas, que têm sua clientela desviada e reputação prejudicada, mas também os consumidores, que adquirirão produtos de qualidade duvidosa. No caso de eletrônicos, a baixa qualidade pode gerar consequências graves como curto-circuito e explosões. De acordo com a Abracopel (Associação Brasileira de Conscientização para os Perigos da Eletricidade), foram registrados 759 acidentes e 402 óbitos envolvendo incêndios originados por sobrecarga e choques elétricos, sendo a maior parte dos casos decorrente de produtos contrafeitos, os quais não têm seus padrões de qualidade atestados pelo Inmetro.

Além da contrafação, a compra on-line descuidada coloca o consumidor em posição vulnerável em relação a fraudes, podendo ter sua privacidade exposta, contas invadidas, dados utilizados por terceiros mal-intencionados e clonagem de cartões de crédito. Mas calma. Medidas simples, como a escolha por lojas oficiais e licenciadas, atenção às avaliações e comentários de consumidores nas plataformas on-line, bem como a busca por reclamações em páginas especializadas podem evitar dores de cabeça. Pesquise sobre a empresa por trás do anúncio, não se leve somente pelo preço e boas compras.

 

Artigo publicado no Diário do Grande ABC.